Depois das voltas do costume (para não perder o hábito), peguei na mala e aí vou eu. A meio da escada exclamei: o passe! E lá volto atrás para ir buscar uma senha de transporte. Agora sim, estava tudo.
Desci a rua. Ao descer a rua vejo o autocarro e corro, qual Rosa Mota, para ver se não o perdia. Primeiro, porque perder uma coisa tão grande é desagradável, depois porque às vezes se espera tanto que é um atentado contra a paciência de qualquer cidadão. Mas continuando - o motorista não me viu porque estava completamente alheado, a falar ao telemóvel. Chamaram-lhe a atenção (soube depois) e aí ele parou, embora continuasse a falar, com o ar mais "derretido" do mundo. "Obrigada "- disse eu - e, eis senão quando, oiço uma voz vinda lá do fundo:" agradeça a mim porque eu é que disse que vinha uma senhora a correr!" Ó por quem sois... Como pessoa bem educada (excepto quando estou com os azeites..) agradeci, de sorriso aberto:" então muito obrigada!". Estava a ver que tinha de fazer uma vénia... Mas não, ela ficou satisfeita. E lá segui o meu caminho, comodamente instalada, com ar condicionado e música de fundo. Sim, música de fundo, porque o motorista depois de desligar o telemóvel ligou o transistor. Bem, a música até era boa, vá lá...
Quando cheguei ao Rossio fiz a minha visita semanal à Casa da Sorte. Entrei e disse:" Estou rica e venho buscar o meu dinheiro!". Como já me conhecem, riram, não acharam melhor saída... O Sr. A. introduz as apostas, uma a uma, e diz com um ar muito seráfico:" 2 euros."." Dois euros?!" - perguntei eu -" Nã...... deve ter-se enganado. Não serão 2000 euros?" Aí devem ter pensado: "mas o que é que lhe deu?..." Pensaram mas não disseram nada... Depois de ter perdido as esperanças, e com tão avultada quantia, que fiz questão em receber, saí e logo pensei onde ir depositá-la. Sim, porque o dinheiro fez-se para circular, quanto mais os euros que têm asas e voam que é uma pinta!
E aí vou eu, na direcção da passagem de peões OH!!!..... - quase me saltava o coração. Uma senhora, toda saltitante, lembrou-se de atravessar com o sinal vermelho para os peões e até pensei se não estaria a candidatar-se a "pião". Não é que tivesse pressa, não, porque depois ficou conversando do lado de lá. Por fim o sinal mudou e lá vou eu, como cidadã cautelosa e civilizada, tic, tic, tic, rumo ao Celeiro, onde compro uma empada não sei de quê. E lá vão os 2 "aérios"... De seguida fui para a Escola. Como sempre, entrei e disse: "Bom dia, meninas!" As meninas da "terceira mocidade" ficaram todas satisfeitas, e pronto, estava na hora de me sentar na sala e assistir, calmamente, à aula. Assim fiz.