É teu, só teu, que não o leia mais ninguém.
Se acaso alguém o vir não digas donde vem
Se pensarem que é meu, diz que nunca te vi.
Guarda contigo na memória o que ele tem
De belo e triste, e rasga os versos que escrevi.
E como eu os rasguei enquanto os escrevi
Irás assim rasgando as palavras também.
Não me respondas, não me contes onde vais
Quem és, quem foste, e onde e quando me encontraste
E se eu estava acordado ou a dormir demais.
É que entre nosso sonho há um vago contraste
Este poema é teu sem saberes nunca mais
Se fui eu que o escrevi ou tu que mo mandaste.
OLAVO D'EÇA LEAL
2 comentários:
Tão belo é o som das canções de amores impossíveis, pois cantam sempre os amores que jamais se podem ter... mil beijinhos
Amores impossíveis... palavras rasgadas.
Canção de triste fado, de destino ingrato, esse de desejar o inatingível.
Não serão os sonhos, pois esses valem muito. E quando acordados, dão por vezes a força necessária e suficiente para conseguir o ... possível. Acredito eu.
Bom regresso.
Beijinhos
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