sábado, 31 de dezembro de 2005

FELIZ ANO NOVO!

Receita para um Ano Feliz:
Tome 12 meses completos.Limpe-os cuidadosamente de toda a amargura, ódio e inveja. Corte cada mês em 28, 30, ou 31 pedaços diferentes, mas não cozinhe todos ao mesmo tempo. Prepare um dia de cada vez com os seguintes ingredientes:
Uma parte de fé
Uma parte de paciência
Uma parte de coragem
Uma parte de trabalho
Junte a cada dia uma parte de esperança, de felicidade e amabilidade. Misture bem, com uma parte de oração, uma parte de meditação e uma parte de entrega. Tempere com uma dose de bom espírito, uma pitada de alegria e um pouco de acção, e uma boa medida de humor. Coloque tudo num recipiente de amor. Cozinhe bem, ao fogo de uma alegria radiante.
Guarneça com um sorriso e sirva sem reserva.


Enviado por email.
Não quis deixar de vos dar a receita. Talvez resulte...

sexta-feira, 23 de dezembro de 2005

UMA SOPA duas VIDAS


Foto de www.revelando.blogspot.com


Envelheci. O tempo teceu como rendas as rugas que já marcam o meu rosto e a neve poisou sobre a minha cabeça cobrindo-a com um véu branco. Os braços, que embalaram os filhos já não têm o mesmo vigor mas as minhas mãos, aquecidas pelo calor deste caldo partilhado contigo, com alguma tremura acariciam o teu rosto. Os meus olhos, que já não são o que foram antes, ainda te olham, embevecidos, e cintilam abrasados pelo calor da tua presença pois tu serás sempre o meu "menino".
Deitando um olhar de relance à minha vida vejo um longo caminho percorrido com grandes provações mas, com a força que Deus me deu, hoje ainda estou aqui. Tenho casa, tenho esta sopa que muitos mendigam e que eu ainda faço com as minhas próprias mãos. O coração, esse está cheio de amor para dar.
Envelheci. Mas só por fora. Por dentro ainda acalento a criança que há em mim. Vou do riso à lágrima, conforme me tocam o coração. Remo muitas vezes contra a maré e luto contra o desalento que teima em bater-me à porta querendo entrar. Espero ter forças para terminar a "caminhada".
Estou viva!

quinta-feira, 22 de dezembro de 2005

A TODOS VÓS...



Desejo que o Ano Novo seja portador de muitos dos vossos sonhos,transformados em realidade. Há que termos esperança em melhores dias. Ela é que nos ajuda a viver.

Um bom Natal, aquecido pelo calor da partilha e do amor.




Quero agradecer-vos a boa companhia que me fizeram no decorrer do ano. Continuo à vossa espera.


Um abraço


Leonor

quarta-feira, 21 de dezembro de 2005

SOMBRA


Sou a sombra proíbida que rasteja
Na sombra proíbida dos teus passos.
Sou sombra para que ninguém me veja
E desejo esbater-me em teus abraços...

Minha sombra pela tua apaixonada,
Será mais uma sombra em tua vida.
Hoje, será a última a ser lembrada,
Amanhã, a primeira a ser esquecida...

Não sei se me vês ou me pressentes,
Nem mesmo sei se existo para ti.
Espera, detém-te um pouco... Sentes?...
É o meu perfume, amor, estou aqui!...

Sou a sombra solitária que rasteja
Na sombra proíbida dos teus passos...

segunda-feira, 19 de dezembro de 2005

LÁ DIZ O DITADO...


"Saber esperar é uma grande virtude!"
Mas também é verdade que - "quem espera, desespera!"
Então é melhor mantermo-nos no meio - nem tanto ao mar, nem tanto à terra... Entretanto é mais cómodo esperar deitado. Mas não se asustem com o toque!

domingo, 18 de dezembro de 2005

OBSERVE COM MAIS ATENÇÃO


OBSERVE COM MAIS ATENÇÃO E FARÁ DESCOBERTAS


Se perguntar a alguém: "Qual a metade de oito?" e, se a resposta for "zero", a sua primeira reacção será: "Mas que disparate!".

Agora preste atenção: o algarismo 8 é constituído por dois zeros colocados um sobre o outro. E se traçar uma linha vertical que corte ao meio um 8, ficará com dois 3 voltados um para o outro.

Por isso, se olharmos para as coisas de modo diferente, poderemos efectuar diversas descobertas: quiçá, substitír velhos conceitos por outros novos e combinar ideias antigas de novas maneiras, dando azo a algo de novo.

Do Livro "Momentos de Reflexão"


Nunca se tinham lembrado disso, pois não? Eu também não. Agora o que eu procuro perceber é o seguinte: porque motivo não consigo que esse anjinho se mova? Assim deveria ser porque é um gift animado. Então, e mesmo pondo óculos como ele, não consigo chegar a nenhuma conclusão portanto, limito-me a desejar que possam tirar algum proveito do texto. Eu vou ali à farmácia comprar 50 cêntimos de paciência... Até já!

domingo, 11 de dezembro de 2005

DESTINOS


Que destino é o meu? Para onde vou?
Por esta estrada má, desconhecida?
Que força me induziu e me arrastou
P'ra longe dos caminhos desta vida?


Quem fez de mim aquilo que eu não sou,
P'ra me roubar à rota conhecida?
Quem é que quer que eu esteja onde não estou
E me diz que a verdade anda perdida?


O meu destino é este: caminhar
Sem saber onde vou, nem que ambições
Me fazem correr sempre e não parar.


Sei que a minha vida é uma vida a esmo,
E que ando neste mundo, aos tropeções,
A caminhar em busca de mim mesmo.


João Baptista Pereira

sábado, 10 de dezembro de 2005

SIGAMOS O EXEMPLO DAS OSTRAS

A ostra tem sido, até hoje, o único ser vivo que transforma os seus momentos de irritação em pérolas.

Como todos sabemos, ela detesta que corpos estranhos penetrem na sua concha. Quando isso acontece, como não consegue expulsar o intruso, utiliza a sua irritação para produzir a coisa mais bela que sabe fazer.

Hoje em dia, as nossas vidas também estão repletas de coisas irritantes, mas só há uma saída. Seguir o exemplo da ostra - produzir uma pérola.

Talvez tenha de ser uma pérola de paciência, de tolerância, de perdão, seja do que for, mas faça uma pérola.

Recordo-lhe que para fazê-la, precisamos também de fé, de amor e de esperança.


Harry Fosdick


Era disto que eu hoje precisava de ouvir, já que a minha paciência anda a ser invadida por alguns intrusos e, por isso, vai escasseando... Então como é que eu vou fazer uma "pérola" se vou precisar dela? Sinceramente não sei. Só sei que apesar de todo o amor, aquele sentimento que tudo supera e que ainda não deixei esgotar, estou tão sem esperança que não sei se conseguirei esse "milagre".
De qualquer modo desejo que este texto vos possa servir de incentivo para ultrapassarem os vossos problemas. Produzam pérolas e tenham um magnífico fim de semana.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2005

HOMENAGEM A FLORBELA ESPANCA

Prince Charmant...



No lânguido esmaecer das amorosas
Tardes que morrem voluptuosamente
Procurei-O no meio de toda a gente.
Procurei-O em horas silenciosas!


Ó noites da minh'alma tenebrosas!
Boca sangrando beijos, flor que sente...
Olhos postos num sonho, humildemente...
Mãos cheias de violetas e de rosas...


E nunca O encontrei!... Prince Charmant...
Como audaz cavaleiro em velhas lendas
Virá, talvez, nas névoas da manhã!


Em toda a nossa vida anda a quimera
Tecendo em frágeis dedos frágeis rendas...
-Nunca se encontra Aquele que se espera!...


Livro de Soror Saudade (1923)

Falecida a 8 de Dezembro, com trinta e seis anos de idade


Com um dia de atrazo não quero deixar de prestar uma modesta homenagem à minha poetisa
eleita.

terça-feira, 6 de dezembro de 2005

VAI AONDE TE LEVA O CORAÇÃO (?)

"Quando te sentires perdida, confusa, pensa nas árvores, lembra-te da forma como crescem. Lembra-te de que uma árvore com muita ramagem e poucas raízes é derrubada à primeira rajada de vento, e de que a linfa costuma correr numa árvore com muitas raízes e pouca ramagem. As raízes e os ramos devem crescer de igual modo, deves estar nas coisas e estar sobre as coisas, só assim poderás dar sombra e abrigo, só assim, na estação apropriada, poderás, cobrir-te de flores e de frutos.
E quando à tua frente se abrirem muitas estradas e não souberes a que hás-de escolher, não metas por uma ao acaso, senta-te e espera. Respira com a mesma profundidade confiante com que respiraste no dia em que vieste ao mundo, e sem deixares que nada te distraia, espera e volta a esperar. Fica quieta, em silêncio, e ouve o teu coração. Quando ele te falar, levanta-te, e vai para onde ele te levar.".




Parte final do Livro de Susana Tamaro
-Vai aonde te leva o coração-


Mas deve ser ouvido o coração ou a razão? Tenho dúvidas. Embora se diga que o coração tem razões que a razão desconhece, também se diz que ele é mentiroso... No que ficamos?

domingo, 4 de dezembro de 2005

ISTO É QUE É UMA VIDA!...


Mas que dia tão aborrecido... É sempre a mesma coisa... Nem sei que hei-de fazer...
E ainda há quem inveje a vida de cão! Ai, ai...

Digam lá qualquer coisinha para ver se eu me animo!

sexta-feira, 2 de dezembro de 2005

QUIS FALAR COM DEUS

Aproximam-se as festas natalícias.

Ao cair da tarde, andei deambulando pelas ruas da Baixa Lisboeta, profusamente iluminadas.
As crianças já sonham com as prendas e desejam que essa noite chegue depressa. Não sei se ainda acreditam no Pai Natal, mas sei que há muitos que gostariam de comer as migalhas de bolo-rei que outras crianças deixarão cair. A árvore de Natal é a principal atracção e é fotografada por uma multidão. Quedei-me durante algum tempo, apreciando aquele espectáculo. Debaixo das arcadas já estavam abrigados vários mendigos, embrulhados em cobertores e cercados de inúmeros sacos, contendo os restos da caridade alheia. Segui em direcção à estação fluvial, e o mesmo quadro confrangedor…

Senti o coração oprimido, sentei-me aguardando o transporte público. Instintivamente, olhei o céu e senti uma vontade enorme de falar com Deus, mas não encontrei palavras. Então pedi-lhe que lesse no meu coração e na minha mente…

Quando cheguei a casa tinha o rosto molhado. Seria da chuva ou das minhas lágrimas?...

quarta-feira, 30 de novembro de 2005

HOMENAGEM A FERNANDO PESSOA


Tenho tanto sentimento
Que é frequente persuadir-me
De que sou sentimental,
Mas reconheço, ao medir-me,
Que tudo isso é pensamento,
Que não senti afinal.


Temos, todos que vivemos,
Uma vida que é vivida
E outra vida que é pensada,
E a única vida que temos
É essa que é dividida
Entre a verdadeira e a errada.


Qual porém é verdadeira
E qual errada, ninguém
Nos saberá explicar;
E vivemos de maneira
Que a vida que a gente tem
É a que tem que pensar.




Fernando Pessoa nasceu em Lisboa, em 13 de junho de 1888
Faleceu em Lisboa, em 30 de Novembro de 1935

quarta-feira, 23 de novembro de 2005

LAMENTO

Olhos negros
Tristes como um lamento,
Vinde matar minha saudade,
Vinde acabar com meu tormento.
O tempo passa
E eu sigo pela vida
Sozinha, sem guarida,
Vivendo só de ansiedade…
Meu Deus,
Se amar é sofrer
Porque me deste este querer?...
Porque procuro o esquecimento
E o esquecimento não vem?...
Meu amor não desespera
Meu coração ainda espera,
Espera não sei por quê
Talvez por uma desilusão…
Meu Deus,
Se amar é sofrer
Faz com que esqueça este querer
O meu pobre coração.

segunda-feira, 21 de novembro de 2005

E ESTA, HEM?....



Para a esquerda, p'ra direita,
Lá vou eu sempre a saltar
Com a porca desta chuva
Inda me vou constipar!
*************************************
Para cantar com a música do Lá vai uma, lá vão duas.

sábado, 19 de novembro de 2005

A VIDA

Por entre o silêncio das horas escoa-se a vida num ritmo imparável de transmutações. Os dias sucedem-se deixando para trás alegrias e tristezas e na boca um travo a saudade. As perguntas sem resposta assomam aos nossos lábios e a mente, inquieta, arquitecta projectos talvez irrealizáveis mas que servem de lenitivo para as frustrações duma vida com muitos atalhos e encruzilhadas sem, contudo, ter encontrado o caminho almejado. A vida é uma incógnita. Sabe-se como começa, nunca como termina Mas no durante em que se vive há que beber de todas as fontes que nos possam saciar a sede de felicidade. O amor é a seiva da vida e a vida é uma partilha e, como tal, é assim que deve ser vivida. De outra forma será um longo deserto a percorrer em infinita solidão.

domingo, 13 de novembro de 2005

EMOÇÕES

(Roberto Carlos e Erasmo Carlos)




Quando eu estou aqui eu vivo este momento lindo,
Olhando p'ra você e as mesmas emoções sentindo.
São tantas já vividas, são momentos que eu não esqueci
Detalhes de uma vida, histórias que eu contei aqui


Amigos eu ganhei, saudades eu senti partindo
E às vezes eu deixei você me ver chorar sorrindo
Sei tudo o que o amor é capaz de me dar
Eu sei já sofri mas não deixo de amar
Se chorei ou se sorri
O importante é que emoções eu vivi.


Mas eu estou aqui vivendo esse momento lindo
De frente p'ra você e as emoções se repetindo
Em paz com a vida e o que ela me traz
Na fé que me faz otimista demais
Se chorei ou se sorri
O importante é que emoções eu vivi!


Hoje eu dancei ao som desta canção maravilhosa do Roberto Carlos e emocionei-me...

sexta-feira, 11 de novembro de 2005

BOM FIM DE SEMANA!

Ó home, bolta... tás aperdoado!...
Moral da história: O amor aperdoa tudo...
Na falta de inspiração recorre-se ao humor. Na melhor das hipóteses pode provocar o riso o que, está mais que provado, faz bem á saúde. E também pode ajudar-nos a esquecer, nem que seja por momentos, alguma coisa que nos ande a aborrecer. Este remédio também serve para mim... Aqui entre nós, que ninguém nos ouve, de há uns tempos para cá ando a detestar os fins de semana, feriados e outros afins... Porquê? Olhem, quando não se sabe porquê a resposta é - porque sim!...
Mas hoje tive uma ideia e deixo-vos aí em baixo uma sugestão para o vosso fim de semana. Vão lá ver... Desde já desejo que o passem bem e aproveitem o bom tempo. Beijinhos!

JÁ CONHECEM?


Se não conhecem é uma boa oportunidade de fazer turismo cá dentro como somos incentivados tantas vezes. Garanto-vos que não inventei nada! Vocês bem sabem que no nosso país temos terras com nomes muito sugestivos. Só sei dizer que fica para as bandas de Pedrógão-Grande... Góis. Peguem nos mapas, nos guias e informem-se. Depois digam-me alguma coisa... Esta é a minha sugestão para o fim de semana. Boa viagem!

quinta-feira, 10 de novembro de 2005

SEM TÍTULO

Ao olhar para esta imagem lembrei-me da canção do António Mafra:


"Sopas de vinho não embebedam,
Se não há vento nem chuva,
Se as botas não me escorregam,
Que diabo é que me empurra?..."
Bom São Martinho com castanhas e àgua-pé! Vejam lá o que bebem e depois não fiquem também com dúvidas!

terça-feira, 8 de novembro de 2005

SEM TÍTULO

O teu sorriso é um sol sem ocaso.

LIANOR




Decidida vai para o emprego
Lianor pela estrada
Vai formosa e mui cuidada.
Leva na mão a maleta
E caminha, direitinha.
Ó Lianor, se eu fosse a ti
Baixava mais a saínha…
Bem si que tens boa perna
E o que é bom é para mostrar…
Mas mulher, tu tem tino…
Deixa o homem trabalhar!
Não te reboles tanto
Nem sejas tão presunçosa,
Não precisas dar nas vistas,
Já sabemos que és formosa!
Não sejas provocadora,
Troca lá de sapatinhos
Vê se andas como gente
Em vez de andares aos saltinhos!
Lianor, tu tem vergonha,
O homem não pára de olhar…
Olha, depois não te queixes
Que eu não estou p’ra te aturar!
O rapaz que está a ler,
Completamente alheado,
Com a distracção do outro
Ainda acaba atropelado!
Ó Lianor, olha tu poupa-me
Que eu não te quero dizer
Aquilo que penso de ti
Para não me aborrecer!
Amanhã tu vê se vens
Vestidinha de outro jeito.
Pensa bem no que te digo,
Vê se te dás ao respeito!
Concurso do Escritor Famoso

segunda-feira, 7 de novembro de 2005

domingo, 6 de novembro de 2005

FOLHA SOLTA DUM DIÁRIO


Não sei como sofrendo tanto ainda se sabe sorrir... É uma contradição, mas creio que também uma irónica e desesperada tentativa para sobreviver. Como é difícil viver numa época em que o homem dir-se-ia estar empenhado na sua auto-destruição. Já não há tempo para olhar as coisas belas que nos rodeiam e, no entanto, elas existem. Também elas tentam sobreviver no meio do caos. É belo aquele pássaro que saltita, inocentemente, alheio ao perigo. É bela aquela flor que nos sorri , mas é tão triste estar só... A solidão é um vazio que ocupa muito espaço, tanto que às vezes nos magoa no coração. Sempre ouvi dizer que os velhos choram sem saber porquê e que trazem nos olhos toda a saudade do passado. Não estarei eu a ficar velha? Alguma vez terei sido nova?...

Não preciso do meu caminho atapetado de rosas. Só preciso que me ajudem a arrancar os espinhos.

A CLARA DISSE:


Olá...

Estão a ver-me?...
Eu sou a Clara.

Vim aqui para desabafar convosco.
Ando muito aborrecida porque a minha dona está sempre a ralhar comigo e não sei porquê... Só porque eu corro muito, enrolo os tapetes, largo pêlos por todo o lado, estou sempre pronta para comer, costumo roer a coberta do sofá, ou qualquer outra coisa, quando me contrariam? Bem, às vezes também vou ao quarto dela durante a noite porque tenho insónias... O que é que isso tem?! Que coisa... O que é que é que hei-de fazer? Crochet? Ora bolas!...

Não sei porque é que ela anda assim e começo a ficar preocupada. Isto não é normal... As mulheres são muito complicadas!... E se eu lhe der uma dentada? Então... ela também me dá uns estalos de vez em quando!

Vou deixar passar mais uns dias, pode ser que melhore agora pelo S.Martinho... Senão marco-lhe uma consulta de psiquiatria. Não estou para aturá-la!

Por favor, não lhe digam nada! Olhem que ela tem aquela cara de boazinha mas, se sabe que eu andei a fazer queixinhas, ainda sobra para mim...

Passem bem! Ela anda lá dentro a apanhar a terra do vaso que eu deitei ao chão... Deixa-me cá pôr em lugar seguro!...

Beijinhos!...

DIZ O ROTO AO NU...




Não percebo porque é que andas sempre de trombas!...

sexta-feira, 4 de novembro de 2005

APETECIA-ME...




APETECIA-ME



Apetecia-me partir a máquina,
Dar um grito de Tarzan,
Saltar para cima da mesa
E dançar até o can-can!
Correr para a rua e gritar,
Dar vivas à liberdade,
Transgredir todas as normas,
Andar à minha vontade!
Agarrar certas pessoas
Pela gola do casaco,
Puxar-lhes pelo nariz
E chamar-lhes: “seu macaco”!
Arrancar barbas, bigodes,
Cabeleiras presunçosas,
E as pestanas postiças
Das meninas peneirosas!
Apetecia-me partir os vidros
E sair pelas janelas,
Ir às montras e partir
Jarros, copos e tigelas!
Desrespeitar os sinais
Passar por cima de tudo,
Arremedar o polícia
E chamar-lhe de pançudo!
Comer doces, comer bolos,
Comer frutas e chouriços,
Depois palitar os dentes
Com os bicos dos ouriços!
Beber do bom e do tinto
Até revirar os olhos,
Assaltar um Banco e roubar
Maços de “massa” aos molhos!
Apetecia-me ser cão, ser gato,
Piriquito, burro, cavalo,
Agarrar-te, rodopiar-te
E dar-te um valente estalo!
Ser Callas, Jacqueline, Bardot,
Ter um chalé e um jaguar,
Comer trutas ao almoço,
E bom faisão ao jantar!
Mas como os meus apetites
Não têm realização,
Ó que porca vida a minha!
Ao diabo a imaginação!



Bom fim de semana!

QUIMERA


Quisera dizer à mocidade - espera!
Não tenhas pressa, fica mais um pouco!
Mas minha voz é um gemido rouco
E a vida não é mais que uma quimera.

Mocidade esvaída, pouco a pouco
Num tropel incessante que exaspera...
Ó Deus, tanto, tanto sonho louco!
Quimera alimentando outra quimera...

O tempo nunca pára na corrida,
Lançado à doida em íngreme descida
Nunca pode pensar voltar atrás.

Um jovemfica velho, num momento,
Instala-se no peito o desalento,
E viver ou morrer, tanto lhe faz.

UM DIA ATRIBULADO

Hoje levantei-me ainda ensonada, eram quase dez horas. Por isso, ao olhar para o relógio tive de “acelerar”. Tinha uma aula à uma hora… Não era… era às duas. Fiz tudo a correr incluindo almoçar. Dei os últimos retoques no visual, vesti o impermeável e aí vou eu, escada a baixo.

Quando cheguei à rua, lembrei-me que não levava o telemóvel. Subi a escada a correr, procurei por todo o lado e nada! Decidi ligar do fixo para ouvir de que lado vinha o toque e assim descobri-lo. Encontrei-o. Peguei nele, corri pela escada abaixo e, quando cheguei a meio da rua, lembrei-me de procurar na mala os óculos. Revolvi tudo e nada… Quando pensava voltar atrás, já a deitar fumo pelas ventas, reparei que os tinha no nariz… Dei meia volta e recomecei o caminho em direcção à paragem do autocarro. Com receio de perder o próximo, alarguei o passo e acabei a correr, fora do passeio, por causa dos ramos das árvores da casa do Senhor General… Ao chegar à curva dei de caras com um carro que vinha todo lampeiro a entrar na rua, sem se preocupar em ver primeiro se poderia apanhar alguém. Assustei-me, dei um salto e ia caindo nos braços do polícia que está sempre por ali de serviço á porta do dito General… O pobre lá aguentou o embate, certamente contrariado, pois se fosse uma rapariga de vinte anos ainda valia a pena… Mas vá lá, nenhum de nós caiu! Dirigi-lhe um sorriso amarelo e desculpei-me. Atravessei a correr e lá consegui apanhar o autocarro. Pronto! Finalmente posso sentar-me e descontrair um pouco… - pensei eu. Um pouco mais adiante entra uma senhora de idade avançada e certas limitações. Os assentos estavam todos ocupados, inclusive os reservados. Ninguém se moveu. Pelo contrário, fizeram vista grossa, como já é hábito. Caramba, estava a chover e a malta ia tão bem acomodada… Pensei cá para comigo: “Maria, levanta-te! Pratica a boa obra do dia!”. Lá chamei a senhora que me agradeceu com um “obrigada, menina…”. As lentes não devem estar actualizadas porque a pensão dela não dá nem para os aros quanto mais para o resto mas, mesmo assim, senti-me lisonjeada… Quando vagou um lugar sentei-me. Ao chegar ao destino levantei-me e caíram-me os livros para o chão. Todo o mundo se baixou para ser prestável e apanhei cá com uma cabeçada que até fiquei a ver estrelas. Enfim, lá consegui sair e caminhei em direcção à Calçada do Carmo. Antes de lá chegar fui abordada por uma jovem que me fez um questionário: “Gosta de fado? Sabe cantar o fado? Não?... Mas olhe que tem cara de fadista!”. Como é isso?! Mas como não tinha tempo para esclarecer o assunto, continuei. Respirei fundo e iniciei a subida.

Apareceu-me não sei de onde um rapaz que dantes costumava estar na Estação do Cais do Sodré, pedindo para comer e dizendo que é seropositivo. Mais adiante um a vender o Borda d’Água. Depois um com ar exótico e um penacho na cabeça pediu-me qualquer coisinha para o almoço dele e do cão. Mais acima outro entrevistador, com as mesmas perguntas. Sempre a andar e bem acelerada, com ele aos saltinhos ao meu lado, disse-lhe que pusesse – sim, não, não e dei-lhe logo o nome. Isto é o que se chama despachar em grande velocidade!

Finalmente cheguei à escola e a horas de assistir à aula. Quando terminou preparei-me para fazer a viagem de retorno, pensando em tudo o que tinha aprendido e também no que iria fazer para o jantar. Cheguei à rua, escorreguei e, sinceramente, tive vontade de dizer um palavrão! Quando descia a Calçada lá estava o mesmo rapazinho e outro do mesmo estilo, companhado por uma moça que tocava um tambor. Esse pedia para o jantar dos músicos…Fui à Casa da Sorte ver se tinha tido alguma… Corri para o autocarro mas decidi esperar pelo próximo porque aquele já estava a abarrotar e os meus pés doíam-me imenso. Quando apareceu o outro, que também não vinha lá muito tentador, decidi entrar e furar por entre toda aquela gente que me deitava olhares de esguelha. E não é que havia um lugar vago, mesmo ali junto à porta? Sentei-me e perguntei-me, intrigada: “Será porque a senhora é de cor?... Não, não posso acreditar!”.

Eis que chego à “freguesia”! Subo a rua, meto a chave à porta, surge-me a cadela vinda do quintal , radiante, dá um salto e põe-me as patas todas sujas na gabardine… Aí não me contive e disse: “Porra! Que mais me irá acontecer?!!!!”.
Depois de jantar e de arrumar a cozinha vim sentar-me aqui e o computador declarou greve e recusou-se a aceitar as minhas ordens, por isso comecei a escrever este apontamento num caderno enquanto ele resolveu se havia ou não de publicar o post anterior. Neste momento é quase uma da matina.

Conclusão:

Ele há dias de manhã em que a gente à tarde não deve sair à noite!...

Durmam bem!

domingo, 30 de outubro de 2005

MÃE

Obrigada Mãe, por todas as noites sem sono para me cuidar na doença, pelas lágrimas que chorou, por todos os sacrifícios que teve de fazer para que eu fosse o que hoje sou, por ter enfrentado o mundo por mim, por tudo o que me ensinou. Obrigada por ter estado incondicionalmente ao meu lado quando eu mais precisei de amparo e carinho e todos me abandonaram. Obrigada por ter cuidado dos seus netos e por estar a meu lado, dando-me força quando o mais velho partiu. Obrigada por me ter dado tudo, por se ter esquecido de si para me pôr em primeiro lugar. Obrigada por me ter ensinado tudo o que eu sei e por ter podido contar sempre com o seu amor.

Mãe... minha mãe...

PAI


Há tantos anos que partiste, Pai
E com que saudade recordo o teu olhar!...
Esse teu olhar em que me envolvias,
Esse teu doce modo de falar!...
No derradeiro olhar que me ofertaste
Li tristeza, mágoa incontida
De alguém que ainda está na terra
Acenando já o último adeus à vida.
Quando à despedida te beijei
Tua face serena e fria estava
E já não pudeste sequer sentir
As lágrimas e os beijos que te dava.
Porque partiste assim, subitamente,
Deixando-me só com minha dor, desesperada?
Não sabes que o maior tesouro do mundo
Comparado ao teu amor não vale nada?

Hoje nada mais tenho que esta dor infinda…
Não, não quero pensar que partiste de vez
Pois acredito que irei encontrar-te ainda!

sexta-feira, 28 de outubro de 2005

ERA UMA VEZ

A Mana Alice e eu


Todas as histórias começam por "era uma vez"... E todos nós temos a nossa história. Esta é a minha e começa assim:

Era uma vez uma menina moreninha e cabeluda que nasceu num radioso dia de Agosto, no lindo bairro de Alfama. Às sete horas da manhã fiz a minha aparição e logo gritei: "Aqui estou!". Sou da Freguesia de São Vicente de Fora e nasci em casa dos meus avós. Quem me ajudou nessa tarefa de vir ao mundo foi a minha tia, mais tarde madrinha, que era professora, parteira e enfermeira. Em qualquer das profissões era super- eficiente. Quando me agarrou pelas pernas e me deu um valente estalo no rabo para eu tomar ar, logo me fadou: "má e refilona como a madrinha!". Como vêm, também tive uma fada madrinha... Má não sou, ou por outra, não me considero, mas refilona, isso sim, embora com o tempo tenha melhorado...

Meu pai revia-se na sua menina pois eu era a carinha chapada dele... Super-protegida como se fosse de cristal, fui uma filha muito amada e a boneca da minha irmã, mais velha do que eu. Chamava-lhe Mana Alice e andava sempre atrás dela. Nunca mais me esqueci das histórias que me contava para eu comer. Nesse aspecto eu era uma pestinha... e só ela tinha paciência para me aturar!

Às vezes, mentalmente, recuo no tempo à procura da recordação mais longínqua da minha infância. Não sei se é sugestão, por causa de coisas que me contaram, se é verdade que me lembro do dia do meu baptizado, aos dois anos de idade . É um pouco duvidoso... Lembro-me de que, mesmo antes de saber ler, sempre que me sentava no bacio levava uma folha de jornal e, com o dedo, ia seguindo as linhas. Gostava de brincar às professoras. Quando fui para a escola primária e vi aquela porta enorme fechar-se pensei que nunca mais me iam buscar...

Vivíamos com os meus avós maternos. Ele era o algarvio mais calado que eu conheço. Era sapateiro, fazia sapatos para as artistas de teatro, coisas lindas... Gostava de ajudá-lo nos acabamentos e conhecia todos aqueles ferrinhos que ele utilizava pelos nomes. Ás vezes ia com ele à Baixa entregar a "obra" e enchia-o de perguntas acerca disto e daquilo, pois estava na idade das descobertas. Gostava imenso daquele casa velha e, quando penso nela parece-me que ainda estou a ver um raiozinho de sol, quentinho e poeirento a entrar pela janela da cozinha. Meu avô tinha um viveiro e criava canários. Como costuma dizer-se:" cresceram-me os dentes" a ver fazer sapatos e também a ver cuidar de canários!

Quando brincava com os meus tachinhos e panelinhas inventava coisas como por exemplo: o azeite era feito de raspas de lápis amarelo misturadas com água, e o vinagre de raspas de lápis verde. Imaginação infantil não tem limites!

Minha mãe fazia uns biscoitos de erva-doce, deliciosos e os pastéis de bacalhau feitos pela Mana Alice eram tentadores... E assim fui crescendo dividindo-me entre a minha casa e a dos vizinhos do andar de baixo, a Bia e o Sr. Eduardo. Por volta dos nove anos mudámo-nos para o bairro de Alvalade e começou uma nova fase da minha vida.

Há coisas que nunca se esquecem, por mais que o tempo passe, mas hoje fico por aqui. Talvez um dia continue...

BOM FIM DE SEMANA

Como habitualmente, aqui estou a desejar-vos um bom fim de semana.


quinta-feira, 27 de outubro de 2005

DÁ-ME A TUA MÂO...


Dá-me a tua mão... Aperta bem a minha e encosta-a ao teu peito. Quero sentir que estás aqui, que não és uma miragem, que não és um sonho do qual vou acordar para a dura realidade da vida. Dá-me a tua mão... Não, não precisas dizer nada... Olha-me nos olhos e comunguemos deste momento tão belo que é só nosso. Sabes, vou decorar cada pormenor do teu rosto, vou reter o teu calor até ao dia em que poderei de novo ter-te aqui, só para mim.

Agora vai... desprende a minha mão devagarinho...

PEQUENINA


És pequenina e ris... A boca breve
É um pequeno idílio cor-de-rosa...
Haste de lírio frágil e mimosa!
Cofre de beijos feito sonho e neve!

Doce quimera que a nossa alma deve
Ao Céu que assim te fez tão graciosa!
Que nesta vida amarga e tormentosa
Te fez nascer como um perfume leve!

O ver o teu olhar faz bem à gente...
E cheira e sabe, a nossa boca, a flores
Quando o teu nome diz, suavemente...

Pequenina que a Mãe de Deus sonhou,
Que ela afaste de ti aquelas dores
Que fizeram de mim isto que eu sou!
Florbela Espanca

terça-feira, 25 de outubro de 2005

QUATRO MESES



Pois é, hoje venho dizer-vos que faço quatro mesinhos... Aliás, há algumas horas que queria comemorar convosco, mas fazia questão de colocar uma imagem com movimento, colorida e bem ternurenta, mas não consegui. Umas vezes não aparecia nada, outras vezes saía tudo deturpado. Não tive outro remédio que não fosse optar por esta substituição. Para uma andorinha teimosa como eu isto é o máximo! Mas enfim, lá saiu qualquer coisa...

Agradeço-vos a companhia que me têm feito e espero que continuem comigo.
Um grande abraço parar todos!

domingo, 23 de outubro de 2005

OUTRORA


Aquela que eu já fui e já não sou
Perdeu-se nos caminhos desta vida.
Fui primavera que não mais voltou,
Sombra de fumo quase esmaecida.

Recordo todo o tempo que passou,
Sonhos de glória todos já perdi
E a única migalha que inda ficou
Nem sequer é minha, pertence a ti.

Só esta saudade enorme é toda minha
Não me abandona por um só momento,
Falando-me de ti a cada passo…

Saudade da saudade que já tive,
Lágrimas silenciosas que deslizam
E caiem, tristemente, em meu regaço

SER HOMEM

-Sentir a dor física de uma bolada nos tomates
- A tortura de usar fato e gravata no Verão
- O suplício de fazer a barba todos os dias
- O desespero das cuecas apertadas
- A loucura que é fingir indiferença diante de uma mulher sem soutien
- A loucura de resistir olhar para umas pernas com mini-saia
- Ir à praia e resistir olhar para aquele mulherão que está deitada ao lado
- Viver sob o permanente risco de ter de andar à porrada
- Vigiar o grelhador no churrasco ao fim de semana, enquanto todos se divertem
- Ter sempre de resolver os problemas do carro
- Ter de reparar na roupa nova dela
- Ter de reparar que ela mudou de perfume
- Ter de reparar que ela mudou a tinta do cabelo de Imedia 713 para 731/loiro/bege
- Ter de reparar que ela cortou o cabelo, mesmo que seja só 1 cm.
- Ter de jamais reparar que ela está com um pouco de celulite
- Ter de jamais dizer que ela engordou, mesmo que seja a pura verdade
- Desviar os olhos do decote da secretária, que se faz distraída e deixa a blusa desabotoada até ao umbigo
- Ter a obrigação de ser um atleta sexual
- Ter a suspeita de que ela, com todos aqueles suspiros e gemidos, só está a tentar incentivar-nos
- Ouvir um NÃO, virar para o lado conformado e dormir, apesar da vontade de partir o quarto todo e fazer um escândalo
- Ter de ouvi-la dizer que está sem roupa
- Ter de almoçar aos Domingos em casa dos sogros, discutir política com aquele velho reaça, tratar bem os sobrinhos e controlar-se para não olhar para o decote da irmã dela, não dar na cara do irmão dela, sacana do caraças que vem sempre pedir dinheiro emprestado.


Depois elas ainda acham que é fácil, só porque NÃO TEMOS O PERÍODO!!!



Enviado por mail.

sexta-feira, 21 de outubro de 2005

OLÁ!


Bom fim de semana! Com chuva ou sem ela, aproveitem bem!
Beijinhos!

SEM IDEIAS


É assim que eu fico, de vez em quando. Primeiro fico bloqueada, depois passo à impaciência. Sinto necessidade de escrever mas... tudo me parece sem interesse. De que vou falar? Não sei e detesto sentir esta sensação! Tenho de vencer isto!

Voa, andorinha negra! Voa!

quinta-feira, 20 de outubro de 2005

RECEBI HOJE



Ao chegar a casa tinha este email à minha espera...

Era para saber de ti...

Já vi que por aí nada se passa...

De qualquer modo, tás com bom aspecto!

Ehehehe!....

Nãofaço a menor ideia se vão conseguir ver a imagem. Deu-me um trabalhão...

terça-feira, 18 de outubro de 2005

UTOPIA



Dando largas ao pensamento e à fantasia,
Imaginando a vida um sonho belo e sem fim
Onde a finalidade de cada dia
Fosse eu viver para ti e tu para mim.

Saciar a sede num raio de luar,
Alimentar-me de beijos e abraços
E quando fatigada ir repousar
No ninho aconchegado dos teus braços.

Esquecer maldades e vãos ideais,
Viver do amor e para o amor somente
Esquecendo deste mundo o desengano…

Do meu sonho belo não despertar jamais
E embalada no teu peito, ternamente,
Deixar passar o tempo, ano após ano…

sábado, 15 de outubro de 2005

OS VERSOS QUE TE DOU...


Ouve estes versos que te dou, eu os fiz
hoje que sinto o coração contente,
-enquanto o teu amor for meu somente,
eu farei versos ... e serei feliz...

E hei-de fazê-los pela vida em fora
versos de sonho e amor, e hei-de depois
relembrar o passado de nós dois...
esse passado que começa agora...

Estes versos repletos de ternura
são versos meus, mas que são teus, também...
Sózinha hás-de escutá-los, sem ninguém
que possa perturbar nossa ventura...

Quando o tempo branquear os teus cabelos
hás-de um dia, mais tarde, revivê-los
nas lembranças que a vida não desfez...

E ao lê-los... com saudades, em tua dor,
hás-de rever, chorando, o nosso amor,
e hás-de lembrar, também, de quem os fez...

Se nesse tempo eu já tiver partido
e outros versos quiseres, teu pedido
deixa ao lado da cruz para onde eu vou...

Quando lá, novamente, então tu voltares
podes colher do chão todas as flores
pois são versos de amor que ainda te dou!...


J.G.Araújo Jorge
"Meu Céu Interior" - 1934

ENTARDECER

Entardecer...

Entardecer cinzento onde a lua já espreita por entre as núvens... Dia triste feito de angústia e de saudade. Meus dedos deslizam, suavemente, por sobre as teclas do piano sem contudo lhes arracarem algum som. Meu olhar detém-se sobre a tua foto enquanto o silêncio da sala é invadido por um suspiro que o meu desalento deixou escapar...

A vida passa lá fora...

sexta-feira, 14 de outubro de 2005

NÃO ACREDITO


Há quem diga que os animais não têm sentimentos. Não acredito! Acredito sim que há pessoas com maus instintos...

BOM FIM DE SEMANA!


Mesmo que as núvens tapem o sol no horizonte, que ele continue a brilhar dentro de cada um de vós. Fico à vossa espera...
Bom fim de semana!

terça-feira, 11 de outubro de 2005

SOMOS PERFEITAS...


Não ficamos carecas...
Temos um dia internacional...
Sentarmo-nos de pernas fechadas não é doloroso...
Podemos vestir tanto rosa como azul...
Temos sempre a certeza de que o filho é nosso...
Temos prioridade nos salva-vidas...
Não pagamos a conta do restaurante... No máximo partilhamos...
A programação da TV é 90% voltada para nós...
Somos os primeiros reféns a serem libertados...
A idade não atrapalha o nosso desempenho sexual...
Podemos ir para o trabalho de bermudas e de sandálias...
Se somos traídas somos vítimas; se traímos eles são cornos...
Podemos dormir com uma amiga sem sermos consideradas lésbicas...
Somos capazes de prestar atenção a várias coisas ao mesmo tempo...
A mulher do embaixador é embaixatriz, o marido da embaixadora não é nada...
Não ficamos desesperadas em frente a um campo de futebol com 1 bola e 22 mulheres a correrem atrás...
Somos monogâmicas (embora precisemos testar vários homens para achar um que valha a pena).
A mulher do presidente é Primeira-Dama; o marido da presidente é um zero à esquerda mesmo que ele seja de direita...
O nosso cérebro dá conta do mesmo serviço, mesmo com quatro biliões de neurónios a menos, ou seja, os nossos neurónios são mais eficazes.
Se resolvemos exercer profissões predominantemente masculinas, somos pioneiras, mas se um homem resolve exercer uma profissão tipicamente feminina, é bicha...
E por último: Fazemos tudo o que um homem faz, e de SALTOS ALTOS!

SOMOS UM SHOW!!!!!

Autor desconhecido

domingo, 9 de outubro de 2005

UM DIA DIFERENTE


Hoje foi todo um dia bem diferente
Em que andavam perfumes pelo ar
E a brisa murmurava, docemente,
Que tu, ó meu amor, ias voltar!

Tudo se transformou. De repente
Voltou a luz da esperança a rebrilhar,
As flores sorriram-me, suavemente,
E o sol aconteceu no teu olhar.

Depois tudo findou, tudo morreu
Tiveste-me a teu lado e não me viste,
Partindo sem me teres nos teus braços…

O sol, que ria alegre, escureceu,
A esperança feneceu, fiquei mais triste
E as flores desfolharam-se em teus passos…

https://www.malhanga.com/musicafrancesa/becaud/au_revoir/

    Se fosses luz serias a mais bela   De quantas há no mundo: – a luz do dia! – Bendito seja o teu sorriso Que desata a inspiração Da minha...