Divirtam-se e sejam felizes, se poderem!
“Sorriso, é a manifestação das lábios, quando os olhos encontram o que o coração procura!”
sábado, 29 de dezembro de 2007
quarta-feira, 26 de dezembro de 2007
A WALK IN THE SPRING RAIN - CHUVA NA PRIMAVERA
"Libby.. agora eu sei que não há limite para a minha espera!"
A WALK IN THE SPRING RAIN
Um filme que me marcou pela sua beleza indiscutível. Uma história de amor entre dois seres solitários. Ele, um homem rude do campo, contudo encantador, uma alma romântica e sensível ,com muito amor para dar. Ela, uma mulher duma categoria social diferente, solitária , frustrada no casamento e carente. Interpretado por Ingrid Bergman e Anthony Quinn, é a história de um amor inesperado e maravilhoso. Consegui estas três passagens do filme, que podem ser vistas de cima para baixo . Pena não ter a última cena que é simplesmente maravilhosa:a despedida.
Ela está no carro e ele diz-lhe que a ama. Que não vai morrer e que fica ali á espera dela. Ela responde-lhe: Ainda sonhas, Will... Eu já não consigo...
Quem viu este fime sabe do que estou a falar. Quem não o viu, não perca!
segunda-feira, 24 de dezembro de 2007
A BENÇÃO DO SOL
Hoje o dia nasceu assim, com um sol radioso despontando no horizonte. Talvez ele consiga aquecer as almas dos que mendigam pelas ruas um pouco de pão, carinho e amor. Talvez...
sexta-feira, 21 de dezembro de 2007
PARA TODOS UM BOM NATAL
Quisera
quarta-feira, 19 de dezembro de 2007
CARTA AO PAI NATAL
PS. Quando tiver uma foto da Caixa Multibanco da Rua Augusta, coloco-a aqui.
quarta-feira, 12 de dezembro de 2007
O PRESÉPIO
Os primeiros presépios surgiram no século XVI, na Itália.
Data de 1567 o primeiro presépio feito numa casa particular, a da Duquesa de Amalfi, que tinha 116 figuras para representar o nascimento de Jesus, a adoração dos Reis Magos e muitas outras cenas. Até ao século XVIII eram sobretudo as cortes que tinham presépios, feitos por artistas famosos.
No entanto, a celebração do nascimento de Cristo vem dos finais do século III, quando os peregrinos visitavam a gruta em que nasceu, em Belém. Pinturas, relevos e frescos ilustram, desde o século XIV, o nascimento de Jesus. E a primeira réplica da gruta onde teve lugar foi feita em Roma, três séculos mais tarde.
Em 1223 São Francisco de Assis, em vez de festejar a véspera de Natal na Igreja, como era hábito, fê-lo na floresta de Greccio. Mandou transportar para o local uma manjedoura, um boi e um burro, para melhor explicar a cerimónia às pessoas. Por isso é, muitas vezes, visto como o autor do presépio.
Inf.Net
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Simbologia do presépio
- Gruta - imagem do Cosmos
- Chão da gruta - Terra
- Abóbada - Céu
- Vaca - a mãe que nutre. Simboliza no Egipto a fertilidade
- Burro - Saturno-2º. sol que é a estrela de Israel
- Pastores - vigilante sempre desperto; sábio cuja acção é fruto de contemplação;é nómada - não tem raízes; simboliza a alma que, não sendo deste mundo, está de passagem.
- Cordeiro - triunfo; renovação
- Estrela-aponta o caminho para Jesus; concessão da Igreja e situa-se entre os fenómenos do nascimento de deuses
- Magos - sábios; astrólogos
- Belchior representa a raça branca
- Gaspar representa a raça asiática
- Baltazar representa a raça negra
- Ofertas: ouro - como metal prefeito representa o conhecimento; sabedoria e é símbolo de realeza
- Incenso - eleva a oração ao céu; reconhece Jesus como um deus
- Mirra - simboliza a imortalidade. Usada também na conservação das múmias. Sofrimento de Jesus para dar a imortalidade aos seus seguidores.
- Árvore de natal - a árvore sagrada dos celtas era o carvalho e nela penduravam maçãs. É substituído pelo abeto que, pela sua forma triangular, simboliza a Trindade.
Estes elementos foram colhidos numa aula de simbologia e achei interessante dar a conhecer.
sexta-feira, 7 de dezembro de 2007
ONE MOMENT IN TIME
Música para um bom fim de semana!
(feche a música do blogue)
Each day I live
I want to be a day to give the best of me
I'm only one, but not alone
My finest day is yet unknown
I broke my heart for ev'ry gain
To taste the sweet, I face the pain
I rise and fall, yet through it all this much remains
I want
One moment in time
When I'm more than I thought I could be
When all of my dreams are a heart beat away
And the answers are all up to me
Give me one moment in time
When I'm racing with destiny
Then in that one moment of time
I will feel, I will feel eternity
I lived to be the very best
I want it all, no time for less
I've laid the plans
Now lay the chance here in my hands
Give me
chorus
You're a winner for a lifetime
If you seize that one moment in time
Make it shine
Give me
chorus
i will be, i will be free
sábado, 1 de dezembro de 2007
UM POETA POR SEMANA
Esta é a Cidade, e é bela.
Pela ocular da janela
foco o sémen da rua.
Um formigueiro se agita,
se esgueira, freme, crepita,
ziguezagueia e flutua.
Freme como a sede bebe
numa avidez de garganta,
como um cavalo se espanta
ou como um ventre concebe.
Treme e freme,
freme e treme,
friorento voo de libélula
sobre o charco imundo e estreme.
Barco de incógnito leme
cada homem, cada célula.
É como um tecido orgânico
que não seca nem coagula,
que a si mesmo se estimula
e vai, num medido pânico.
Aperfeiçoo a focagem.
Olho imagem por imagem
numa comoção crescente.
Enchem-se-me os olhos de água.
Tanto sonho! Tanta mágoa!
Tanta coisa! Tanta gente!
São automóveis, lambretas,
motos, vespas, bicicletas,
carros, carrinhos, carretas,
e gente, sempre mais gente,
gente, gente, gente, gente,
num tumulto permanente
que não cansa nem descança,
um rio que no mar se lança
em caudalosa corrente.
Tanto sonho! Tanta esperança!
Tanta mágoa! Tanta gente!
António Gedeão
**********
"Poeta, professor e historiador da ciência portuguesa. António Gedeão, pseudónimo de Rómulo de Carvalho, concluiu, no Porto, o curso de Ciências Físico-Químicas, exercendo depois a actividade de docente. Teve um papel importante na divulgação de temas científicos, colaborando em revistas da especialidade e organizando obras no campo da história das ciências e das instituições, como A Actividade Pedagógica da Academia das Ciências de Lisboa nos Séculos XVIII e XIX. Publicou ainda outros estudos, como História da Fundação do Colégio Real dos Nobres de Lisboa (1959), O Sentido Científico em Bocage (1965) e Relações entre Portugal e a Rússia no Século XVIII (1979). Revelou-se como poeta apenas em 1956, com a obra Movimento Perpétuo. A esta viriam juntar-se outras obras, como Teatro do Mundo (1958), Máquina de Fogo (1961), Poema para Galileu (1964), Linhas de Força (1967) e ainda Poemas Póstumos (1983) e Novos Poemas Póstumos (1990). Na sua poesia, reunida também em Poesias Completas (1964), as fontes de inspiração são heterogéneas e equilibradas de modo original pelo homem que, com um rigor científico, nos comunica o sofrimento alheio, ou a constatação da solidão humana, muitas vezes com surpreendente ironia. Alguns dos seus textos poéticos foram aproveitados para músicas de intervenção. Em 1963 publicou a peça de teatro RTX 78/24 (1963) e dez anos depois a sua primeira obra de ficção, A Poltrona e Outras Novelas (1973). Na data do seu nonagésimo aniversário, António Gedeão foi alvo de uma homenagem nacional, tendo sido condecorado com a Grã-Cruz da Ordem de Sant'iago de Espada.".
terça-feira, 27 de novembro de 2007
NATAL...
Quando a vida me sorria,
No tempo em que brincava,
E alegremente
Corria
Nesse tempo em que solteiro de ilusões
Acreditava
Nas fadas
E nos Papões…
Enfim,
Antigamente,
A vida para mim
Era bem diferente! …
O Meu Jesus
Trazia-me sempre um presente…
Um lindo brinquedo
Que eu pedia
Muito em segredo! ……
E recebia-o contente ! …
Como outrora,
Eu quisera
Doce quimera –-
De novo encontrar
Não um brinquedo lindo
Que me pudesse encantar…
Mas, um pouco de beleza
E um pouco de alegria
Que viessem aliviar
Esta funda tristeza …
A minha melancolia …
E de manhã de manhãzinha,
Devagar, pé-ante-pé,
Eu corri à chaminé! …
E o meu sapato,
Nessa manhã ainda escura,
Nessa manhã de frio
E esmaecida,
Lá estava, nu , vazio,
Como anda vazia a nua
De venturaA minha vida ! …
E a minha alma sismadora,
E triste,
Triste e sonhadora,
Acalentou essa esperança
Dos meus tempos de criança,
Dos meus tempos de bebé;
Ir encontrar a ventura
Num sapato, à chaminé!!!...
JOSÉ MARIA LOPES DE ARAÚJO
terça-feira, 20 de novembro de 2007
quinta-feira, 15 de novembro de 2007
*****
terça-feira, 13 de novembro de 2007
UM POETA POR SEMANA
tem movimentos de gata;
na canastra, a caravela,
no coração, a fragata.
Em vez de corvos no chaile,
gaivotas vêm pousar.
Quando o vento a leva ao baile,
baila no baile com o mar.
É de conchas o vestido,
tem algas na cabeleira,
e nas velas o latido
do motor duma traineira.
Vende sonho e maresia,
tempestades apregoa.
Seu nome próprio: Maria;
seu apelido: Lisboa.
David Mourão Ferreira
Fado escrito pelo poeta expressamente para Amália Rodrigues
***********
Escritor e professor universitário português, natural de Lisboa. Licenciou-se em Filologia Românica em 1951. Foi professor do ensino técnico e do ensino liceal e, em 1957, iniciou a sua carreira de professor universitário na Faculdade de Letras de Lisboa. Afastado desta actividade entre 1963 e 1970, por motivos políticos, foi professor catedrático convidado da mesma instituição a partir de 1990. Entretanto, mantivera nos anos 60 programas culturais de rádio e televisão. Em 1963 foi eleito secretário-geral da Sociedade Portuguesa de Autores e, já nos anos 80, presidente da Associação Portuguesa de Escritores. Logo após o 25 de Abril de 1974, foi director do jornal A Capital. Secretário de Estado da Cultura em vários governos entre 1976 e 1978, foi também director-adjunto do jornal O Dia entre 1975 e 1976. Responsável pelo Serviço de Bibliotecas Itinerantes e Fixas da Fundação Calouste Gulbenkian a partir de 1981, dirigiu, desde 1984, a revista Colóquio/Letras, da mesma instituição. A sua carreira literária teve início em 1945, com a publicação de alguns poemas na revista Seara Nova. Três anos mais tarde, ingressou no Teatro-Estúdio do Salitre e no Teatro da Rua da Fé. Publicou as peças Isolda (1948), Contrabando (1950) e O Irmão (1965). Em 1950, foi um dos co-fundadores da revista literária Távola Redonda, que se assumiu como veículo de uma alternativa à literatura empenhada, de realismo social, que então dominava o panorama cultural português, defendendo uma arte autónoma. Em 1950, publicou o seu primeiro volume de poesia — Secreta Viagem. David Mourão-Ferreira colaborou ainda nas revistas Graal (1956-1957) e Vértice e em vários jornais, como o Diário Popular e O Primeiro de Janeiro. Foi poeta, romancista, crítico e ensaísta. A sua poesia caracteriza-se pelas presenças constantes da figura da mulher e do amor, e pela busca deste como forma de conhecimento, sendo considerado como um dos poetas do erotismo na literatura portuguesa. A vivência do tempo e da memória são também constantes na sua obra, marcada, a nível do estilo, por uma demanda permanente de equilíbrio, de que resulta uma escrita tensa, e pela contenção da força lírica e sensível do poeta numa linguagem rigorosa, trabalhada, de grande riqueza rítmica, melódica e imagística, que fazem dele um clássico da modernidade. Entre os seus livros de poesia encontram-se Tempestade de Verão (1954, Prémio Delfim Guimarães), Os Quatro Cantos do Tempo (1958), In Memoriam Memoriae (1962), Infinito Pessoal ou A Arte de Amar (1962), Do Tempo ao Coração (1966), A Arte de Amar (1967, reunião de obras anteriores), Lira de Bolso (1969), Cancioneiro de Natal (1971, Prémio Nacional de Poesia), Matura Idade (1973), Sonetos do Cativo (1974), As Lições do Fogo (1976), Obra Poética (1980, inclui as obras À Guitarra e À Viola e Órfico Ofício), Os Ramos e os Remos (1985), Obra Poética, 1948-1988 (1988) e Música de Cama (1994, antologia erótica com um livro inédito). Ensaísta notável, escreveu Vinte Poetas Contemporâneos (1960), Motim Literário (1962), Hospital das Letras (1966), Discurso Directo (1969), Tópicos de Crítica e de História Literária (1969), Sobre Viventes (1976), Presença da «Presença» (1977), Lâmpadas no Escuro (1979), O Essencial Sobre Vitorino Nemésio (1987), Nos Passos de Pessoa (1988, Prémio Jacinto do Prado Coelho), Marguerite Yourcenar: Retrato de Uma Voz (1988), Sob o Mesmo Tecto: Estudos Sobre Autores de Língua Portuguesa (1989), Tópicos Recuperados (1992), Jogo de Espelhos (1993) e Magia, Palavra, Corpo: Perspectiva da Cultura de Língua Portuguesa (1989). Na ficção narrativa, estreou-se em 1959 com as novelas de Gaivotas em Terra (Prémio Ricardo Malheiros), os contos de Os Amantes (1968), e ainda As Quatro Estações (1980, Prémio da Crítica da Associação Internacional dos Críticos Literários), Um Amor Feliz, romance que o consagrou como ficcionista em 1986 e que lhe valeu vários prémios, entre os quais o Grande Prémio de Romance da APE e o Prémio de Narrativa do Pen Clube Português, e Duas Histórias de Lisboa (1987). Deixou ainda traduções e uma gravação discográfica de poemas seus intitulada «Um Monumento de Palavras» (1996). Alguns dos seus textos foram adaptados à televisão e ao cinema, como, por exemplo, Aos Costumes Disse Nada, em que se baseou José Fonseca e Costa para filmar, em 1983, «Sem Sombra de Pecado». David Mourão-Ferreira foi ainda autor de poemas para fados, muitos deles celebrizados por Amália Rodrigues, tal como «Madrugada de Alfama». Recebeu, em 1996, o Prémio de Consagração de Carreira da Sociedade Portuguesa de Autores.
segunda-feira, 29 de outubro de 2007
SEM LEGENDA
{WILLIAM SHAKESPEARE}
quarta-feira, 24 de outubro de 2007
COMO É POR DENTRO OUTRA PESSOA
Nada sabemos da alma
Fernando Pessoa, 1934
sábado, 20 de outubro de 2007
QUANDO SE FALA DE AMIZADE.
sábado, 13 de outubro de 2007
BOM FIM DE SEMANA
Inaugurámos a palavra amigo.
Amigo é um sorriso
De boca em boca,
Um olhar bem limpo,
Uma casa, mesmo modesta, que se oferece,
Um coração pronto a pulsar
Na nossa mão!
Amigo (recordam-se, vocês aí, Escrupulosos detritos?)
Amigo é o contrário de inimigo!
Amigo é o erro corrigido,
Não o erro perseguido, explorado,
É a verdade partilhada, praticada.
Amigo é a solidão derrotada!
Amigo é uma grande tarefa,
Um trabalho sem fim,
Um espaço útil, um tempo fértil,
Amigo vai ser, é já uma grande festa! "
Alexandre O'Neill.
quarta-feira, 10 de outubro de 2007
O ADEUS A ACÁCIO LUÍS SIMÕES
É com muita tristeza...que vos informo que o NOSSO AMIGO ACÁCIO SIMÕES "o Atónito"... já não se encontra entre nós... partiu esta manhã...
Em nome da família, agradeço a todos que partilharam com ele momentos da sua vida ...de manhã,de tarde ,à noite... fazendo-o sentir ( até hoje) que nunca esteve só ,que os amigos sempre o acompanharam...
A todos... muito obrigada.
A amiga Elsa Mourão
"O Atónito"
Para sí, amigo virtual, com carinho e até Sempre!
Leonor C.
terça-feira, 9 de outubro de 2007
A VIDA SEGUE LÁ FORA
domingo, 7 de outubro de 2007
ABRE-ME A PORTA
quarta-feira, 3 de outubro de 2007
AO PÔR-DO-SOL
Com o pôr-do-sol morrem os meus sonhos,
Cansados de tão longa espera
E as lágrimas deslizam pelo meu rosto.
Quem dera que meu pranto levasse a minha mágoa
E o desencanto de te ver só no meu horizonte.
A esperança é uma flor que murchou
E cujas pétalas desfolhei entre meus dedos.
Nada me resta a não ser a cumplicidade
Que existe entre mim e o pôr-do-sol.
Leonor C.
sábado, 29 de setembro de 2007
OS TREZE ANOS (Cantilena)
Já tenho treze anos,
segunda-feira, 17 de setembro de 2007
MEVLANA
sexta-feira, 31 de agosto de 2007
quarta-feira, 22 de agosto de 2007
domingo, 19 de agosto de 2007
TABACARIA
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.
Janelas do meu quarto,
Do meu quarto de um dos milhões do mundo que ninguém sabe quem é
(E se soubessem quem é, o que saberiam?),
Dais para o mistério de uma rua cruzada constantemente por gente,
Para uma rua inacessível a todos os pensamentos,
Real, impossivelmente real, certa, desconhecidamente certa,
Com o mistério das coisas por baixo das pedras e dos seres,
Com a morte a por humidade nas paredes e cabelos brancos nos homens,
Com o Destino a conduzir a carroça de tudo pela estrada de nada.
Estou hoje vencido, como se soubesse a verdade.
Estou hoje lúcido, como se estivesse para morrer,
E não tivesse mais irmandade com as coisas
Senão uma despedida, tornando-se esta casa e este lado da rua
A fileira de carruagens de um comboio, e uma partida apitada
De dentro da minha cabeça,
E uma sacudidela dos meus nervos e um ranger de ossos na ida.
Estou hoje perplexo, como quem pensou e achou e esqueceu.
Estou hoje dividido entre a lealdade que devo
À Tabacaria do outro lado da rua, como coisa real por fora,
E à sensação de que tudo é sonho, como coisa real por dentro.
Falhei em tudo.
Como não fiz propósito nenhum, talvez tudo fosse nada.
A aprendizagem que me deram,
Desci dela pela janela das traseiras da casa.
Fui até ao campo com grandes propósitos.
Mas lá encontrei só ervas e árvores,
E quando havia gente era igual à outra.
Saio da janela, sento-me numa cadeira. Em que hei de pensar?
Que sei eu do que serei, eu que não sei o que sou?
Ser o que penso? Mas penso tanta coisa!
E há tantos que pensam ser a mesma coisa que não pode haver tantos!
Gênio? Neste momento
Cem mil cérebros se concebem em sonho gênios como eu,
E a história não marcará, quem sabe?, nem um,
Nem haverá senão estrume de tantas conquistas futuras.
Não, não creio em mim.
Em todos os manicômios há doidos malucos com tantas certezas!
Eu, que não tenho nenhuma certeza, sou mais certo ou menos certo?
Não, nem em mim...
Em quantas mansardas e não-mansardas do mundo
Não estão nesta hora gênios-para-si-mesmos sonhando?
Quantas aspirações altas e nobres e lúcidas -
Sim, verdadeiramente altas e nobres e lúcidas -,
E quem sabe se realizáveis,
Nunca verão a luz do sol real nem acharão ouvidos de gente?
O mundo é para quem nasce para o conquistar
E não para quem sonha que pode conquistá-lo, ainda que tenha razão.
Tenho sonhado mais que o que Napoleão fez.
Tenho apertado ao peito hipotético mais humanidades do que Cristo,
Tenho feito filosofias em segredo que nenhum Kant escreveu.
Mas sou, e talvez serei sempre, o da mansarda,
Ainda que não more nela;
Serei sempre o que não nasceu para isso;
Serei sempre só o que tinha qualidades;
Serei sempre o que esperou que lhe abrissem a porta ao pé de uma parede sem porta,
E cantou a cantiga do Infinito numa capoeira,
E ouviu a voz de Deus num poço tapado.
Crer em mim? Não, nem em nada.
Derrame-me a Natureza sobre a cabeça ardente
O seu sol, a sua chava, o vento que me acha o cabelo,
E o resto que venha se vier, ou tiver que vir, ou não venha.
Escravos cardíacos das estrelas,
Conquistamos todo o mundo antes de nos levantar da cama;
Mas acordamos e ele é opaco,
Levantamo-nos e ele é alheio,
Saímos de casa e ele é a terra inteira,
Mais o sistema solar e a Via Láctea e o Indefinido.
(Come chocolates, pequena;
Come chocolates!
Olha que não há mais metafísica no mundo senão chocolates.
Olha que as religiões todas não ensinam mais que a confeitaria.
Come, pequena suja, come! Pudesse eu comer chocolates
com a mesma verdade com que
comes!
Mas eu penso e, ao tirar o papel
de prata, que é de folha de estanho,
Deito tudo para o chão, como
tenho deitado a vida.)
Mas ao menos fica da amargura do que nunca serei
A caligrafia rápida destes versos,
Pórtico partido para o Impossível.
Mas ao menos consagro a mim
mesmo um desprezo sem lágrimas,
Nobre ao menos no gesto largo com que atiro
A roupa suja que sou, em rol, pra o decurso das coisas,
E fico em casa sem camisa.
(Tu que consolas, que não existes e por isso consolas,
Ou deusa grega, concebida como estátua que fosse viva,
Ou patrícia romana, impossivelmente nobre e nefasta,
Ou princesa de trovadores, gentilíssima e colorida,
Ou marquesa do século dezoito, decotada e longínqua,
Ou cocote célebre do tempo dos nossos pais,
Ou não sei quê moderno - não concebo bem o quê -
Tudo isso, seja o que for, que sejas, se pode inspirar que inspire!
Meu coração é um balde despejado.
Como os que invocam espíritos invocam espíritos invoco
A mim mesmo e não encontro nada.
Chego à janela e vejo a rua com uma nitidez absoluta.
Vejo as lojas, vejo os passeios, vejo os carros que passam,
Vejo os entes vivos vestidos que se cruzam,
Vejo os cães que também existem,
E tudo isto me pesa como uma condenação ao degredo,
E tudo isto é estrangeiro, como tudo.)
Vivi, estudei, amei e até cri,
E hoje não há mendigo que eu não inveje só por não ser eu.
Olho a cada um os andrajos e as chagas e a mentira,
E penso: talvez nunca vivesses nem estudasses nem amasses nem cresses
(Porque é possível fazer a realidade de tudo isso sem fazer nada disso);
Talvez tenhas existido apenas, como um lagarto a quem cortam o rabo
E que é rabo para aquém do lagarto remexidamente
Fiz de mim o que não soube
E o que podia fazer de mim não o fiz.
O dominó que vesti era errado.
Conheceram-me logo por quem não era e não desmenti, e perdi-me.
Quando quis tirar a máscara,
Estava pegada à cara.
Quando a tirei e me vi ao espelho,
Já tinha envelhecido.
Estava bêbado, já não sabia vestir o dominó que não tinha tirado.
Deitei fora a máscara e dormi no vestiário
Como um cão tolerado pela gerência
Por ser inofensivo
E vou escrever esta história para provar que sou sublime.
Essência musical dos meus versos inúteis,
Quem me dera encontrar-me como coisa que eu fizesse,
E não ficasse sempre defronte da Tabacaria de defronte,
Calcando aos pés a consciência de estar existindo,
Como um tapete em que um bêbado tropeça
Ou um capacho que os ciganos roubaram e não valia nada.
Mas o Dono da Tabacaria chegou à porta e ficou à porta.
Olho-o com o deconforto da cabeça mal voltada
E com o desconforto da alma mal-entendendo.
Ele morrerá e eu morrerei.
Ele deixará a tabuleta, eu deixarei os versos.
A certa altura morrerá a tabuleta também, os versos também.
Depois de certa altura morrerá a rua onde esteve a tabuleta,
E a língua em que foram escritos os versos.
Morrerá depois o planeta girante em que tudo isto se deu.
Em outros satélites de outros sistemas qualquer coisa como gente
Continuará fazendo coisas como versos e vivendo por baixo
de coisas como tabuletas
Sempre uma coisa defronte da outra,
Sempre uma coisa tão inútil como a outra,
Sempre o impossível tão estúpido como o real,
Sempre o mistério do fundo tão certo como o sono de mistério da superfície,
Sempre isto ou sempre outra coisa ou nem uma coisa nem outra.
Mas um homem entrou na Tabacaria (para comprar tabaco?)
E a realidade plausível cai de repente em cima de mim.
Semiergo-me enérgico, convencido, humano,
E vou tencionar escrever estes versos em que digo o contrário.
Acendo um cigarro ao pensar em escrevê-los
E saboreio no cigarro a libertação de todos os pensamentos.
Sigo o fumo como uma rota própria,
E gozo, num momento sensitivo e competente,
A libertação de todas as especulações
E a consciência de que a metafísica é uma consequência de estar mal disposto.
Depois deito-me para trás na cadeira
E continuo fumando.
Enquanto o Destino mo conceder, continuarei fumando.
(Se eu casasse com a filha da minha lavadeira
Talvez fosse feliz.)
Visto isto, levanto-me da cadeira. Vou à janela
O homem saiu da Tabacaria (metendo troco na algibeira das calças?).
Ah, conheço-o; é o Esteves sem metafísica.
(O Dono da Tabacaria chegou à porta.)
Como por um instinto divino o Esteves voltou-se e viu-me.
Acenou-me adeus, gritei-lhe Adeus ó Esteves! , e o universo
Reconstruiu-se-me sem ideal nem esperança, e o Dono da Tabacaria sorriu.
15-1-1928 - Álvaro de Campos
sexta-feira, 17 de agosto de 2007
SI NON AVESSI PIU TE
quarta-feira, 15 de agosto de 2007
NÃO SEI
Não sei se a vida é curta
ou longa demais para nós.
Mas sei que nada do que vivemos tem sentido,
Se não tocarmos o coração das pessoas.
Muitas vezes basta ser:
Colo que acolhe,
Braço que envolve,
Palavra que conforta,
Silêncio que respeita,
Alegria que contagia,
Lágrima que corre,
Olhar que acaricia,
Desejo que sacia,
Amor que promove.
E isso não é coisa
de outro mundo.
É o que dá sentido à vida.
É o que faz com que ela não seja nem curta, nem longa demais.
Mas que seja intensa,
verdadeira e pura
Enquanto durar.
“Feliz aquele que transfere
o que sabe ...
... e aprende o que ensina.”
domingo, 12 de agosto de 2007
DUAS LUAS
Todo o Mundo está à espera.
O Planeta Marte será o mais brilhante no início da noite.
Parecerá tão grande quanto a Lua cheia.
Isto acontecerá no dia 27 de Agosto quando o planeta Marte ficar a 34.65M milhas da Terra.
Ver o céu no dia 27 de Agosto, 12.30am.
Parecerá que a Terra tem 2 luas.
A próxima vez que ele ficará tão perto da Terra será em 2287.
Partilhe com os amigos pois NINGUÉM VIVO, HOJE ,voltará a vê-lo.
Informação recebida do amigo
sexta-feira, 10 de agosto de 2007
ALMAS PERFUMADAS
Tem gente que tem cheiro de passarinho quando canta.
De sol quando acorda.
De flor quando ri.
Ao lado delas, a gente se sente no balanço de uma rede que dança gostoso numa tarde grande, sem relógio e sem agenda.
Ao lado delas, a gente se sente comendo pipoca na praça.Lambuzando o queixo de sorvete. Melando os dedos com algodão doce da cor mais doce que tem pra escolher. O tempo é outro. E a vida fica com a cara que ela tem de verdade, mas que a gente desaprende de ver. Tem gente que tem cheiro de colo de Deus.
De banho de mar quando a água é quente e o céu é azul.
Ao lado delas, a gente sabe que os anjos existem e que alguns são invisíveis. Ao lado delas, a gente se sente chegando em casa e trocando o salto pelo chinelo.
Sonhando a maior tolice do mundo com o gozo de quem não liga pra isso. Ao lado delas, pode ser abril, mas parece manhã de Natal do tempo em que a gente acordava e encontrava o presente do Papai Noel. Tem gente que tem cheiro das estrelas que Deus acendeu no céu e daquelas que conseguimos acender na Terra. Ao lado delas, a gente não acha que o amor é possível, a gente tem certeza.
Ao lado delas, a gente se sente visitando um lugar feito de alegria.
Recebendo um buquê de carinhos.
Abraçando um filhote de urso panda.Tocando com os olhos os olhos da paz.
Ao lado delas, saboreamos a delícia do toque suave que sua presença sopra no nosso coração. Tem gente que tem cheiro de cafuné sem pressa.
Do brinquedo que a gente não largava.
Do acalanto que o silêncio canta.
De passeio no jardim.
Ao lado delas, a gente percebe que a sensualidade é um perfume que vem de dentro e que a atração que realmente nos move não passa só pelo corpo. Corre em outras veias.
Pulsa em outro lugar.
Ao lado delas, a gente lembra que no instante em que rimos Deus está conosco, juntinho ao nosso lado. E a gente ri grande que nem menino arteiro. Tem gente como você que nem percebe como tem a alma Perfumada!
E que esse perfume é dom de Deus.
Carlos Drummond
sábado, 4 de agosto de 2007
DIGA-ME COISAS BONITAS
Venho cansado da estrada
Trago no peito sofrido
Um coração machucado
E tantos sonhos perdidos
Te encontro no meu caminho
Como quem acha uma flor
Te dou sorriso escassos
Te falo de abraços
Preciso de amor.
Diga-me coisas bonitas
Faça-me crer que na vida
Ainda existe um amor escondido no peito
De alguém que me ama
Diga-me coisas bonitas
Que há muito tempo eu desejo
Ouvir da boca que eu beijo
Palavras de amor cada vez que me chama.
Diga-me coisas bonitas
Traga meus sonhos de volta
Me abraça e nunca me solta
E diga que eu fique pra sempre contigo
Diga-me coisas bonitas
Porque meu peito reclama
Mas só me diga a verdade
É cedo demais
Roberto Carlos
quinta-feira, 2 de agosto de 2007
RÚSTICA
Para quem vai de férias, umas boas férias!
Para os restantes, um bom fim de semana!
sábado, 7 de julho de 2007
SOMBRA
Sou a sombra solitária que rasteja
Na sombra proibida dos teus passos.
Sou sombra para que ninguém me veja
E desejo esbater-me nos teus abraços…
Minha sombra pela tua apaixonada,
Será mais uma sombra em tua vida.
Hoje, será a última a ser lembrada,
Amanhã, a primeira a ser esquecida…
Não sei se me vês ou me pressentes,
Nem mesmo sei se existo para ti.
Espera, detém-te um pouco… Sentes?...
É o meu perfume, amor, estou aqui!...
Sou a sombra solitária que rasteja
Na sombra proibida dos teus passos…
sábado, 30 de junho de 2007
terça-feira, 26 de junho de 2007
ANIVERSÁRIO
Fez ontem dois anos que iniciei este blog, o que para mim foi uma verdadeira aventura pois desconhecia a existência destes espaços. Comecei sem fotos, sem música e sem vídeos. Tudo isso foi aparecendo devido à paciência e amabilidade de alguns amigos virtuais a quem recorri, através de e-mails, e que tudo isso me ensinaram.
É verdade! Então comecei a tomar o gosto e tenho-me mantido até agora, embora muitas vezes a inspiração não me ajude. A eles o meu obrigada. Agradeço também a todos os que por aqui passam, mesmo aqueles que não deixam sinal.
Este foi o primeiro texto do Andorinha Negra:
Sábado, Junho 25, 2005
À PROCURA DO TEMPO PERDIDO
Ruas ruidosas, carros disparados em corrida louca, todos como que empenhados na ideia de quem vai chegar primeiro.Pessoas que se cruzam, que se chocam, que se acotovelam, ora agressivas, ora indiferentes, sem darem pela passagem de um rosto conhecido, sem um simples olhar de fraternidade ou compreensão. Expressões fechadas, palavras secas, desagradáveis, sempre prontas a saltar e a ferir. Olhares hostis de olhos que vendo são cegos, porque aliados a corações insensíveis só se debruçam, obsecada e egoisticamente sobre o seu "Eu", sobre o seu mundo interior, limitado pelas suas conveniências, sem tempo para dedicar aos outros.
Todos os dias o espectáculo degradante dos que se insultam e não respeitam o direito de precedência nas filas dos transportes públicos.
Aqui, mesmo a nosso lado, está o que poucos vêm: corações que há muito esperam pela palavra mágica que dulcifique e preencha o vácuo de uma vida de solidão; ombros que se vergam sob o peso dos anos; mãos implorantes que se estendem, como aquelas mãos tristes e enrrugadas que recolhem as poucas moedas que os menos indiferentes deixaram nelas caír, sem contudo se deterem.
Toda a vida pujante dum século febril rodopia e entontece, envolvendo na sua teia os corações e as almas. Uns querem agarrar o tempo, outros procuram o tempo perdido.
Leonor C.
segunda-feira, 25 de junho de 2007
DOIS ANOS NA BLOGOESFERA
Este é o texto com que iniciei o blogue Andorinha:
Sábado, Junho 25, 2005
À PROCURA DO TEMPO PERDIDO
Ruas ruidosas, carros disparados em corrida louca, todos como que empenhados na ideia de quem vai chegar primeiro.Pessoas que se cruzam, que se chocam, que se acotovelam, ora agressivas, ora indiferentes, sem darem pela passagem de um rosto conhecido, sem um simples olhar de fraternidade ou compreensão. Expressões fechadas, palavras secas, desagradáveis, sempre prontas a saltar e a ferir. Olhares hostis de olhos que vendo são cegos, porque aliados a corações insensíveis só se debruçam, obsecada e egoisticamente sobre o seu "Eu", sobre o seu mundo interior, limitado pelas suas conveniências, sem tempo para dedicar aos outros.
Todos os dias o espectáculo degradante dos que se insultam e não respeitam o direito de precedência nas filas dos transportes públicos.
Aqui, mesmo a nosso lado, está o que poucos vêm: corações que há muito esperam pela palavra mágica que dulcifique e preencha o vácuo de uma vida de solidão; ombros que se vergam sob o peso dos anos; mãos implorantes que se estendem, como aquelas mãos tristes e enrrugadas que recolhem as poucas moedas que os menos indiferentes deixaram nelas caír, sem contudo se deterem.
Toda a vida pujante dum século febril rodopia e entontece, envolvendo na sua teia os corações e as almas. Uns querem agarrar o tempo, outros procuram o tempo perdido.
Leonor C.
O meu abraço para todos.
sábado, 23 de junho de 2007
MENSAGEM
terça-feira, 19 de junho de 2007
sexta-feira, 15 de junho de 2007
VIAJAR
Ser outro constantemente,
Por a alma não ter raízes
De viver de ver somente!
Não pertencer nem a mim!
Ir em frente, ir a seguir
A ausência de ter um fim,
E a ânsia de o conseguir!
Viajar assim é viagem.
Mas faço-o sem ter de meu
Mais que o sonho da passagem.
O resto é só terra e céu."
Fernando Pessoa
sábado, 9 de junho de 2007
LIÇÃO DE TRANSFORMAÇÃO...
Uma filha queixou-se a seu pai sobre a sua vida e de como as coisas estavam tão difíceis para ela. Ela já não sabia mais o que fazer e queria desistir. Estavacansada de lutar e combater. Parecia que assim que um problema estava resolvido um outro surgia.
Seu pai, um chefe de cozinha, levou-a até a cozinha dele. Encheu três panelas com água e colocou cada uma delas em lume alto. Em uma ele colocou uma cenoura, em outra colocou um ovo e, na última pó de café. Deixou que tudo fervesse, sem dizer uma palavra. A filha deu um suspiro e esperou impaciente, imaginando o que ele estaria a fazer.
Cerca de vinte minutos depois, ele apagou as bocas de gás; tirou a cenoura e a colocou em uma tigela. Retirou o ovo e o colocou em uma tigela; então tirou o café com uma concha e o colocou em uma tigela. Virando-se para a filha, perguntou:
- "Querida, o que estás a ver ?"
- "Cenoura, ovo e café," ela respondeu.
Ele a trouxe para mais perto e pediu-lhe para experimentar a cenoura. Ela obedeceu e notou que a cenoura estava macia. Ele, então, pediu-lhe que pegasse o ovo e o quebrasse. Ela obedeceu e depois de retirar a casca verificou que o ovo endurecera com a fervura. Finalmente, ele lhe pediu que tomasse um gole do café. Ela sorriu ao provar seu aroma delicioso.
- "O que isto significa, pai?"
Ele explicou que cada um deles havia enfrentado a mesma adversidade, a água fervendo, mas que cada um reagira de maneira diferente. A cenoura entrara forte, firme e inflexível, mas depois de ter sido submetida à água a ferver, ela amolecera e se tornara frágil. O ovo era frágil - sua casca fina havia protegido o líquido interior, mas depois de ter sido fervidos na água, seu interior se tornara mais rígido.O pó de café, contudo, era incomparável. Depois que fora colocado na água a ferver, ele havia mudado a água.
Ele perguntou à filha:- "Qual deles és tu, minha querida? . Quando a adversidade bate à tua porta, como tu respondes?
És como a cenoura que parece forte, mas com a dor e a adversidade murcha, torna-se frágil e perde sua força?
Ou será que és como o ovo, que começa com um coração maleável, mas que depois de alguma perda ou decepção se torna mais duro, apesar de a casca parecer a mesma?
Ou será que és como o pó de café, capaz de transformar a adversidade em algo melhor mais ainda do que ele próprio?"
E tu o que és: cenoura, ovo ou café?
Ilda Oliveira- Histórias para todos
domingo, 27 de maio de 2007
PENSAMENTO
terça-feira, 22 de maio de 2007
ARRISCAR É VIVER
"(Soren Kiekegaard)
sábado, 19 de maio de 2007
DIA INTERNACIONAL CONTRA A OBESIDADE
https://www.malhanga.com/musicafrancesa/becaud/au_revoir/
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