terça-feira, 22 de agosto de 2006

QUANDO EU NASCI

Quando eu nasci,
Ficou tudo como estava.


Nem homens cortaram veias,
Nem o Sol escureceu,
Nem houve Estrelas a mais...
Somente,
Esquecida das dores,
A minha Mãe sorriu e agradeceu.


Quando eu nasci,
Não houve nada de novo
Senão eu.
As núvens não se espantaram,
Não enlouqueceu ninguém...


P'ra que o dia fosse enorme,
Bastava
Toda a ternura que olhava
Nos olhos de minha Mãe...

- Sebastião da Gama-

Minha querida e saudosa Mãe, quem me dera ainda ser esta menina que adormecia, confiante, embalada em teus braços! Hoje sou "pequenina" e faz-me falta o teu beijo!

11 comentários:

Maria Carvalho disse...

Um poema lindíssimo! Que as férias tenham sido retemperadoras. Beijos.

luis manuel disse...

Quando nascemos... tudo fica como estava.
Ou nelhor, num pequeno mundo, já nada será como dantes.
O dia torna-se mesmo grandioso. Ainda que o Sol ou a Lua continuem a brilhar como dantes.
Mas os olhos que sorriem, já veêm outra vida.

Um abraço

amigona avó e a neta princesa disse...

Dá uma saudade!
Vim agradecer a tua visita e gostei muito de te ler! Voltarei!

Tia Cremilde disse...

muito bonito! uma grande homenagem!

stela disse...

Poema lindo!
Texto reconfortante, com sabor a nostalgia...
bjs

Leonor disse...

quando nasceste nao aconteceu nada. pensas tu. eu acho que por teres nascido já aconteceu uma coisa especial.

beijinhos da leonoreta

António disse...

Querida Leonor!
Para teres colocado aqui este belo poema é porque hoje seria o dia de aniversário do nascimento ou do passamento da tua mãe.
(palpita-me...)
Linda homenagem!

Obrigado pela tua visita.

Beijonhos

António disse...

Beijonhos?
Bom...poderiam ser beijos em sonhos...mas foi um lapso.

Beijinhos
(eh eh)

... disse...

Ao ler este poema, de um poeta que nos deixou com pouco mais de trinta anos, e hoje em particular, que me sinto muito triste, escrevi este modesto contributo, que partilho ...

"Quando eu nasci ... ainda não se tinha feito alvorada em ti ...
E eu, triste e sózinha esperei, esperei ...
e espero até hoje,
neste dia de Agosto,
em que mais triste
que em qualquer outro,
vi partir na vaga e na maresia
secreta esperança
de um (re)nascer em poesia.

Hoje, magoada,
sinto que está a morrer em mim,
o que por ti,
floresceu, foi alquimia ...

"Quando eu nasci,
Não houve nada de novo
Senão eu."

Quando eu partir,
ficará tudo como estava!

As ondas continuarão a rebentar,
a arriba a escorregar...
o vento, será forte ou leve brisa...
Tudo continuará ...
E de mim, nada em teu coração
ficará...
Porque, na verdade
eu nem existi!
Se nada fui, para ti!"

A nossa vida é tão efémera...
Bjs da Veneziana contadora de histórias

joaninha disse...

Não sei o que se passou. Sei que comentei este poste mas desapareceu... a minha net tem destas coisas... entretanto, devo dizer que era muito bonitinha (como ainda é), quando era pequenina... Beijinhos

Avozinha disse...

Parabéns!!!

https://www.malhanga.com/musicafrancesa/becaud/au_revoir/

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