domingo, 7 de outubro de 2007

ABRE-ME A PORTA



Abre-me a porta, quero entrar e ver,
De novo, o canto onde eu nasci, há tanto;
No teu regaço, Mãe, adormecer
Num sono repousante, puro e santo!
Abre-me a porta; quero percorrer
O lar onde brinquei, e, canto a canto,
Buscar o bem melhor do meu viver
Que se ficou na infância, toda encanto!
Continuarei assim pela vida fora,
A reviver, saudoso, a toda a hora,
O tempo duma vida descuidada...
Hoje, tudo é saudade e até tristeza...
Tudo se envolve em trágica incerteza...
É tudo vão e pó! É tudo nada!...
************* *************
Fui ver Alfama. Fui ver a casa onde nasci às 7 horas duma manhã de Agosto, ao som do pregão da fava-rica, segundo me dizia minha Mãe. Cheguei a este mundo no último andar do prédio cor-de-rosa, no quarto da direita. Aí soltei o meu primeiro grito, enchendo os pulmões com o ar de Alfama! Da "minha" Alfama! Que é feito dela? Que saudades... Se alguém a conheceu antes e agora passar por lá, vai entender-me.
Encontrei na net estes versos que me tocaram de modo muito especial e que achei ideais para explimir aquilo que me vai na alma:
"Abre-me a porta" - José Lopes de Araújo

1 comentário:

Anónimo disse...

É bem verdade que um nascimento (de um bébé ou de um amor) é o princípio de tudo.
É o milagre do presente e a esperança no futuro.
Naquela madrugada de Agosto e ao som dos trinados dos pardais e dos pregões de Al-Fama desabrochou um perfumado botãozinho de rosa.
Nessa noite de luar de Agosto, as estrelas sorriram e deram as boas vindas à última leoazinha nascida em Al-Fama nesses ano.

Percebo a saudade desse lindo tempo de infância em Alfama.
Muita gente entrou e saiu da tua vida, mas só os verdadeiramente amigos te marcaram o caminho.
Olha em frente.
E não te esqueças:
Abre a porta que um abraço amigo vale mais que mil palavras.

https://www.malhanga.com/musicafrancesa/becaud/au_revoir/

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