quarta-feira, 24 de agosto de 2005

MADRUGADA

No arabesco fantástico do fumo,
Nas sombras das árvores pelas estradas,
Há mistérios desconhecidos que presumo,
Há horas de amor, nunca olvidadas.

Na luz indecisa da madrugada
Despede-se um raio de lua cheia
Surge o clamor de uma alvorada
E há mais uma onda a rolar na areia.

Há sonhos belos diluídos em espuma,
Gritos de dor que se perderam na bruma,
Mãos sedentas que se fecham sobre o nada.

E eu, ser humano, cinza, podridão,
Rasgo o peito, elevo ao alto o coração
E vivo intensamente a Madrugada!

4 comentários:

Sr. Jeremias disse...

Das alturas do dia que mais gosto. Talvez por não ser nada, nem noite nem dia...

Anna^ disse...

Um belo conjunto:linda foto...poema com muita força!

Fica bem...
Tem um bom dia depois desse viver intenso da madrugada :)

bjokas ":o)

Heavenlight disse...

Concordo com o dumb. A madrugada é uma das laturas que mais parecio, pois pernmite um contacto mais profundo com o nosso Eu. O poema está lindo!

José Gomes disse...

Gostei muito do soneto.
Como gosto da madrugada, da Lua, das estrelas...
E este mês é o mês de excelência para olhar o céu.
Mas é lindo o que escreveste.
Um abraço.

https://www.malhanga.com/musicafrancesa/becaud/au_revoir/

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