quinta-feira, 29 de setembro de 2005

A MINHA HOMENAGEM A ALFAMA



Quando Lisboa anoitece
Como um veleiro sem velas,
Alfama toda, aparece
Uma casa sem janelas
Aonde o povo arrefece.

É numa àgua-furtada,
No espaço roubado à mágoa
Que Alfama fica fechada
Em quatro paredes de água!
Quatro paredes de pranto!
Quatro muros de ansiedade!
Que à noite fazem o canto
Que se acende na cidade.

Fechada em seu desencanto,
Alfama cheira a saudade!
Alfama não cheira a fado,
Cheira a povo, a solidão!
Cheira a silêncio magoado!
Sabe a tristeza com pão!
Alfama não cheira a fado
Mas não tem outra canção!
Ary dos Santos
Esta é a minha homenagem ao bairro onde nasci. Alfama é linda, sabiam?

2 comentários:

Maria Carvalho disse...

Sem dúvida, uma belíssima homenagem!! Beijos

Sr. Jeremias disse...

Não conheço, mas pelas palavras deve ser linda :)

https://www.malhanga.com/musicafrancesa/becaud/au_revoir/

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